sábado, junho 23, 2007

Clube LerArtes

O Clube LerArtes desenvolveu ao longo do ano uma experiência de contacto com textos diversos e com a expressão dramática, no sentido de potenciar o desenvolvimento da sensibilidade estética dos alunos e as suas competências no domínio da comunicação e da interacção em contextos diversificados.
Nem sempre os alunos inscritos no clube se pautaram pela necessária regularidade, lamentando-se mesmo a quebra de compromissos assumidos, todavia algumas meninas – a Marisa, a Carina, a Inês e a Cátia, do 8º B – resistiram até ao fim, pelo que é para elas o primeiro louvor. E saudamos de forma muito especial a Liliana, a Mónica, a Isa e o Tiago, do 8º A, que, em cima da hora, se juntaram a nós para levar a bom porto a projectada apresentação no sarau «Música e Teatro numa Noite de Verão”, após o abandono de alguns elementos do clube.
Vimo-nos a braços com dificuldades e tivemos de reinventar uma encenação de recurso, pois já não havia tempo de ensaiar de novo uma peça, mas divertimo-nos bastante nestas últimas duas semanas.
Ficam as imagens de todos aqueles que passaram pelo clube ao longo do ano. Até para o ano, com muitas teatrices à mistura, esperamos nós.


As professoras:
Inês de Castro Silva
Paula Salbany



sexta-feira, junho 22, 2007

"Aquário" II


Era um peixinho vermelho
De barbatanas brilhantes
Vivia num aquário
Com outros três azuis e bem arrogantes!

O dono era um menino
Que adorava observar
Os seus peixinhos coloridos
Dia e noite a nadar.

O vermelhinho não tinha
Amigos para brincar
Só comia os restinhos
E entrar na gruta, nem pensar!

Aborrecido, sozinho
A nadar sem companhia
Estava cada vez mais magro e sem cor
Da tristeza que sentia.

Era negro, maior e mais velho
O peixe acabado de chegar
E os peixinhos azuis
Tiveram um medo de pasmar.

Quando o menino chegava
Com a comida prontinha,
Comia o preto sossegado, os azuis,
E o vermelho só se houvesse uma sobrinha.

O mais velho reparando
No definhar o peixinho
Acercou-se a conversar
Com o vermelho magrinho.

Daquele dia em diante
Bons amigos se tornaram,
Comiam juntos, brincavam,
Para espanto dos azuis
Que muito pasmados ficaram.

Mas a tristeza chegou
Ao coração do vermelho
Viu como ficou doente
O seu amigo mais velho.

Chegou a hora do vermelho
Retribuir a amizade,
Pois lembrava-se da companhia
Com respeito e com saudade.

Um a um os azulitos
Foram adoecendo
Sem força e sem saúde,
A pouco e pouco morrendo.


Estranhando a ausência,
Mas ainda amedrontado,
Procurou os outros peixes
Na gruta mesmo ao lado.

Ofereceu a sua ajuda
E defendeu o amigo,
Que os azuis acusavam
De representar grande perigo.

Tentou convencer os outros
De que o amigo era inocente
Mas ele próprio sabia
Que estava a ficar doente.

Sentia a força a escapar
E com a pouca que tinha
Pôs-se aos saltos fora de água
Para ver se o menino vinha.

O menino que já andava
Triste e preocupado,
Procurou a ajuda do pai
Que os colocou noutro lado.

Passou-os para uma bacia
Com água limpa, transparente
Desinfectou o aquário e colocou-os,
De volta, todo contente.

Todos ficaram melhor,
Menos o negro velhinho
E os outros compreenderam
A situação do negrinho.

Perderam o medo por fim
E juntos ajudaram
O negro a recuperar
As forças que lhe faltaram.

Que a todos nos sirva
Esta bela lição,
Não devemos julgar os outros
Sem conhecer seu coração.

Ajudar nossos amigos
É uma grande missão,
Com amizade e carinho
E sem impor condição.

Texto poético inspirado no livro Aquário, 4º F

Teatro de Sombras, 2º C


quinta-feira, junho 21, 2007

"Aquário"







O escritor pensa o mundo e escreve










a obra nasce do encontro com as palavras









os meninos sonham histórias que tornam suas




E desta vez os alunos do 1º ciclo da nossa escola viajaram por um aquário que é, afinal, o nosso mundo, onde se cruzam peixes-pessoas diferentes em muitos aspectos, mas iguais no valor afectivo de cada um. E todos puderam aprender com esta história a importância da amizade e da solidariedade que nos deve unir para além de todas as diferenças que nos possam separar.


O escritor João Pedro Mésseder (José António Gomes), o autor de Aquário, visitou-nos, na tarde do dia 19, e falou desta obra, da experiência de escrever, da forma como as histórias crescem na sua imaginação, respondendo às perguntas curiosas de muitos meninos. Depois contou ainda a história do tonto Pedro Malasartes e das suas engraçadas (des)aventuras e convidou-nos a brincar com o jogo poético de Versos com Reversos.


Os meninos ficaram fascinados com o que, para todos, era o primeiro contacto com um escritor, autor de um livro que leram, e reagiram sempre com entusiasmo, desde o momento em que o receberam à porta da escola até ao final do encontro.