quarta-feira, novembro 26, 2008

O livro


Neste livro o nosso Nobel da Literatura (1998), José Saramago, conta a história que gostava de saber escrever para crianças.Este livro é um texto que mergulha no sonho e na aventura da descoberta do mundo. As ilustrações são de João Caetano.

«O rio fazia um desvio grande, afastava-se, e de rio ele estava um pouco farto, tanto que o via desde que nascera. Resolveu cortar a direito pelos campos, entre extensos olivais, ladeando misteriosas sebes cobertas de campainhas brancas, e outras vezes metendo por bosques de altos freixos onde havia clareiras macias sem rasto de gente ou bicho, e ao redor um silêncio que zumbia, e também um calor vegetal, um cheiro de caule sangrando de fresco como uma veia branca e verde.
Ó que feliz ia o menino!» (Saramago, 2001)
Uma boa sugestão para uma prenda de Natal. A Feira do Livro da Escola já se aproxima...

O filme



Curta-metragem realizada por Juan Pablo Etcheberry. A narração é feita pelo autor do livro que deu origem ao filme, José Saramago.

quarta-feira, novembro 19, 2008

Alexander Petrov: "mago" do cinema de animação

Nascido a 17 de Julho de 1957 em Yaroslavl, Alexander Petrov é um dos mais celebrados animadores russos da actualidade. A sua morosa técnica de animação, através de pintura com os dedos no vidro, deu origem a filmes plasticamente belíssimos, de forte estrutura narrativa.
Em 1988, no estúdio Pilot, estreou-se na realização, logo com grande impacto: o filme chama-se The Cow e adapta uma obra de Andrei Platanov sobre as memórias de uma criança sobre uma vaca que integrava o quotidiano de uma família rural, numa obra muito realista, atenta aos pequenos pormenores do dia a dia. Seguiu-se, em 1992, The Dream of a Ridiculous Man, baseado no conto de Dostoievsky, que lhe valeu ainda mais distinções, incluindo o Grande Prémio do Festival de Hiroshima e o de Melhor Curta-Metragem no Festival de Annecy. Em 1992, funda e dirige o seu próprio estúdio, o Panorama, onde continua a sua carreira de obras-primas. O seu filme seguinte foi The Mermaid, um espectáculo esmagador com ressonâncias de lenda, que também coleccionou prémios um pouco por todo o lado.
Quando se pensava que seria impossível fazer melhor, Alexander Petrov apresenta a sua obra-prima absoluta, a adaptação de The Old Man and the Sea (1999), de Ernest Hemingway. Composto por cerca de 29.000 imagens pintadas em placas de vidro, dispostas em várias camadas para dar a noção de profundidade, valeu-lhe quase todos os grandes prémios do sector, incluindo o Grande Prémio do Festival de Annecy e do Cinanima, e, finalmente, o Oscar.
O seu mais recente filme é My Love, baseado numa narrativa de Ivan Shmelev.
Podes ver mais excertos de filmes deste autor do cinema de animação num Youtube perto de ti. Outras artes, outros textos, outros desafíos interpretativos. Para descobrir...

terça-feira, novembro 18, 2008

The Old Man and the Sea - 1ª Parte




Um filme de Alexander Petrov, a partir da obra homónima de Ernest Hemingway.

The Old Man And The Sea - 2ª Parte



Eis a segunda parte do filme de Alexander Petrov. E viva o Youtube!

segunda-feira, novembro 17, 2008

O texto, esse mar de palavras

Era um velho que pescava sozinho num esquife na Corrente do Golfo, e saíra havia já por oitenta e quatro dias sem apanhar um peixe. Nos primeiros quarenta dias um rapaz fora com ele. Mas, após quarenta dias sem um peixe, os pais do rapaz disseram a este que o velho estava definitivamente e declaradamente salao , o que é a pior forma de azar, e o rapaz fora por ordem deles para outro barco que na primeira semana logo apanhou três belos peixes. Fazia tristeza ao rapaz ver todos os dias o velho voltar com o esquife vazio e sempre descia a ajudá-lo a trazer as linhas arrumadas ou o croque e o arpão e a vela enrolada no mastro. A vela estava remendada com quatro velhos sacos de farinha e assim ferrada parecia o estandarte da perpétua derrota.
O velho era magro e seco, com profundas rugas na parte de trás do pescoço. As manchas castanhas do benigno cancro da pele que o sol provoca ao reflectir-se no mar dos trópicos viam-se-lhe no rosto. As manchas iam pelos lados da cara abaixo e as mãos dele tinham as cicatrizes profundamente sulcadas que o manejo das linhas com peixe graúdo dá. Mas nenhuma destas cicatrizes era recente. Eram antigas como erosões num deserto sem peixes.
Tudo nele e dele era velho, menos os olhos, que eram da cor do mar e alegres e não vencidos.
O Velho e o Mar, Ernest Hemingway

quarta-feira, novembro 12, 2008

Ernest Hemingway: o homem, a vida, a obra

O Ricardo, na aula de hoje, apresentou um PowerPoint sobre a vida e a obra deste autor marcante da literatura do século XX. Traçou aos colegas um retrato desta figura fasinante, salientando a sua vida aventureira de repórter, que o levou a sítios muito diferentes e, muitas vezes, perigosos. Das suas experiências pessoais nasce a ficção dos seus livros: em 1916, alista-se no exército italiano e é gravemente ferido na frente de batalha, publicando mais tarde Adeus às Armas; vai depois para a Espanha, de que resulta um livro - Fiesta (1932) - sobre as touradas; faz caçadas na África Central, que relata em As Verdes Colinas da África (1935); participa da Guerra Civil Espanhola, inspiração para a escrita de Por Quem os Sinos Dobram (1940); das suas experiências como pescador em Cuba, surge O Velho e o Mar (1952), livro que lhe garantiu o Prémio Pulitzer. Ganhou o Nobel de Literatura em 1954. No final, o Ricardo, depois de falar da obra produzida por este carismático escritor, evocou aspectos mais negativos da sua vida: a decadência física e psicológica que o levou ao suicídio, na sua casa de Ketchum, em Idaho (EUA), em 1961. Para a posteridade fica a obra.
mmmmmmmmmmmmmm







A paixão da pesca, que evoca de uma forma simbólica e universal em O Velho e o Mar. Da experiência à ficção, que pode ser mais autêntica e "real" do que própria realidade.

segunda-feira, novembro 10, 2008

O livro que se segue

O 9ºA começou hoje a ler O Velho e o Mar na aula de Língua Portuguesa e continuou a lê-lo em Estudo Acompanhado. Um novo autor, Ernest Hemingway, para descobrir, novas páginas para "navegar".


quarta-feira, novembro 05, 2008

Contratos de leitura

Todos têm o livro, todos se interrogam o que será esse "fio de fumo", por isso este é um livro que todos são convidados a ler no âmbito dos contratos de leitura. Boa viagem aos "confins do mar" de Alice Vieira.