Prometemos, numa postagem anterior, divulgar os livros que mais custaram a "digerir" ou de que, simplesmente, não gostámos. E o vencedor, depois de uma sondagem pelas turmas do 9º ano, foi UM FIO DE FUMO, de Alice Vieira, um livro proposto pela professora de Língua Portuguesa para os contratos de leitura.
Ou foi do fumo ou foi dos confins do mar, o certo é quase todos "penaram" para acabar de ler o livro.
Vamos aos comentários:
Carina Gonçalves, 8º B:
Confesso que não fiquei fã deste livro, pelo título do livro esperava outra coisa, não sei ao certo, mas talvez aventuras com uma grande adrenalina. Não gostei e não o recomendaria aos meus amigos.»
Cristophe Carvalho, do 9º B:
«Não percebi nada. Primeiro falava de uma senhora que se chamava Mademoiselle Nadine Fabre, que era francesa e vai actuar num teatro. Mas depois, no táxi, já era Maria, era grega e estava com problemas financeiros...»
Hugo Pirão, 9º B:
«Começa com uma senhora chamada Nadine Fabre, que faz de Maria, a grega, que é famosa e rica. Também conhece a dona Rute e vai ao programa "Quem sabe quem"...»
Vanessa Gonçalves, 9º B:
«É uma confusão, não percebi nada daquilo, as personagens eram umas e depois já eram outras...»
Tânia Pereira, 9º A:
«O livro conta a história de uma rapariga, Carmo do Rosário, que gosta de conhecer o seu passado. Ela faz perguntas à mãe sobre os familiares que não conhece, mas ela não lhe diz nada. A mãe namorava com o Crispim, um homem que só falava em cinema e política. A Nania, que era a avó, é que gostava de lhe contar muitas coisas.
O livro também nos conta a história de um programa de televisão apresentado por Rute Isabel, onde as pessoas iam para tentar encontrar um familiar ou amigo. No final, Maria do Rosário vai a esse programa para encontrar uma irmã.
É um livro que é um bocado difícil de perceber...»
Mas também houve quem defendesse o livro...
Fábio Martins, 9º A:
«O livro conta-nos a história de uma rapariga chamada Carmo do Rosário, que gosta de conhecer o seu passado e saber tudo sobre os seus familiares. Pergunta à mãe, mas ela não lhe revela nada. A Nani, que era a "avó" dela, fazia questão de lhe contar histórias do passado. (...) Por fim, Maria do Carmo vai a um programa de televisão para encontrar a avó biológica, mas foi sem sucesso, não conseguiu encontrar ninguém. No entanto, está certa que, um dia, há-de desbloquear a situação.
É um livro que se lê bem e consegue-se perceber a história.»
Ufa! Não sei que vos diga. Parece-me que alguns se perderam a meio da leitura. Pois é, ninguém sabe quem é a grande Maria Callas, Fellini, a festa do Avante... Por isso confundiram algumas referências com a história de Maria Guelhermina, da sua mâe Cacilda, do namorado dela, Crispim, da avó "adoptiva" Nani (Mademoiselle Fabre) e da apresentadora de televisão Rute Isabel. E suspeito que o facto da narrativa ser fragmentada, alternando entre diferentes "histórias" (de Mademoiselle Fabre e o seu fascínio pela Callas e a ópera, as que vão sendo contadas no programa de Rute Isabel... ) deve ter aumentado ainda mais a confusão.
Resumindo, temos de voltar a pegar n' Um fio de fumo nos confins do mar porque, afinal, ainda há um livro por descobrir... Que me dizem vocês?