Esta mesma obra já tinha sido premiada em Portugal: em 2004, recebeu o Prémio Literário Ler/Millenium bcp e, em 2005, o Prémio José Saramago. Agora recebe um prémio internacional, no âmbito da lusofonia.
Quem comete um erro é excluído; é fechado dentro de uma caixa. Quem está fora vê apenas a caixa. Mas quem está fechado, excluído, consegue ver cá fora. Vê tudo, vê-nos a todos.
Em cada compartimento há dezenas de caixas. Milhares de caixas por todo. A maior parte delas vazia. Outras têm lá dentro pessoas excluídas. Ninguém sabe quais as caixas que têm pessoas.
As caixas são tantas que ninguém lhes dá importância. Pode estar lá uma pessoas, até que amas, mas nem olhas. Já não produzem efeito. Passas por elas centenas de vezes.
(Jerusalém, pag. 128)
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