quarta-feira, dezembro 30, 2009

Leituras no sofá

Salvador Dali

Olá meus caros alunos do 7º A e do 7º B, espero que tenham aproveitado bem o sofá da vossa casa, mesmo que não seja tão sugestivo como o de Dali, para porem as leituras em dia. Alguns já andaram por lá e mandaram as fichas de leitura. Espero receber mais algumas para fazer um postagem sobre as vossas leituras.
kkk
Bom ano de 2010 e boas leituras.
jjj

quarta-feira, dezembro 23, 2009

Será Natal?


Dia de Natal
Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.

É dia de pensar nos outros— coitadinhos— nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)

Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.

Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.

A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra— louvado seja o Senhor!— o que nunca tinha pensado comprado.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.

Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.

Ah!!!!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.

Jesus
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.

Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.

Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.

António Gedeão

sexta-feira, dezembro 11, 2009

Teste nas estrelas

Cometa West-Kohoutek-Ikemura


O COMETA

Lá vem lá vem o cometa
tem a cauda branca
a cabeça preta

Que não se intrometa
na sua rota
nenhum planeta

E que ninguém tente
cortar-lhe o cabelo
ou não fosse de gelo

Nunca noiva alguma
teve um vestido assim
feito de espuma

Lá vai lá vai o cometa
Tem a cauda branca
A cabeça preta

Se não o viste passar
Daqui a cem anos
Ele há-de voltar


Jorge Sousa Braga, Pó de Estrelas

Texto do último teste de Língua Portuguesa do 7.º Ano, que os alunos compararam com um texto informativo sobre os cometas. Às voltas com o ser ou não ser literário. A ver vamos os resultados...
llll

quarta-feira, dezembro 02, 2009

Poetizando com pó de estrelas


Olho para o céu, aparece-me um véu de nuvens brancas,
carrancas de formas diferentes e muito impertinentes.

Olho para o céu, vejo um chapéu com bolas, e estrelas belas
de linhas de cores variadas e bastante espalhadas.

Madalena Teixeira

Quando olhamos para o mar
Sentimos algo especial
Liberdade amor alegria
Sentimentos para um dia reencontrar

Sara Costa