E as meninas continuam a ser mais persistentes, por isso temos novamente duas grandes vencedoras…
Ângela Monteiro, 7º B
Patrícia Pereira, 6º A
O “livro-mistério” de Maio é…
Ana Maria Magalhães
Isabel Alçada
Os livros andam à procura de um espaço de respiração para as palavras. Aqui, no blog das turmas que de mim foram, estão sendo e serão, um lugar do Agrupamento de Escolas de Cerva onde se cruzam leituras feitas em Língua Portuguesa e seus arredores...
Et vive la France!
Hoje mergulhámos na cultura francesa através da gastronomia (com queijo a abrir e mousse de sobremesa, nham, nham!) e da música, numa alegre festa dos sentidos. E não esquecemos que a língua francesa foi sempre uma língua da grande literatura. Por isso lembramos hoje o livro francês mais conhecido no mundo inteiro, que apaixona e emociona milhões de leitores de todas as idades.
Le Petit Prince, em português O Principezinho, é um romance de Antoine de Saint-Exupéry, publicado em 1943 nos Estados Unidos. A princípio, aparentando ser um livro para crianças, tem um grande teor poético e filosófico. É o livro francês mais vendido no mundo, cerca de 80 milhões de exemplares, e entre 400 a 500 edições. Também se trata da segunda obra literária (sendo a primeira a Bíblia) mais traduzida no mundo, tendo sido publicado em 160 línguas ou dialetos.
Fica aqui um excerto para vos abrir o apetite. Traduzido...
E foi então que apareceu a raposa:
- Boa dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
"A minha pátria é a língua portuguesa"
Fernando Pessoa
E porque a nossa pátria é a língua portuguesa, hoje vamos celebrar a língua, o seu encontro com as artes, a literatura, a música, a pintura…, enfim, a cultura que faz aquilo que somos e com que nos projectamos no mundo. Por isso lembramos os nossos escritores, a poesia que se transforma em música, o cinema que fala português.
Mas também viajamos pelo mundo lusófono, que nasceu do encontro da língua portuguesa com outros povos e culturas, através dos livros e da música nessa língua que é a mesma ainda que diferente nos cambiantes brasileiros ou africanos.
E não esquecemos, é claro, a gastronomia, esse outro veículo de cultura. A ementa inclui os nossos tradicionais milhos e o doce leite-creme .
Bem-vindos ao dia da Língua Portuguesa!
Departamento Curricular de Línguas
As palavras são coisas # 2
Se a tua boca as diz
se no teu rosto as vejo
as palavras são coisas
quando as fere o desejo
e quando dizes mar
e quando dizes norte
não sei se não me acerco
de um bocado de morte
e quando dizes barco
ou quando dizes esfera
há águas que transbordam
e inundam a terra
as palavras são coisas
as palavras são um perigo
se acaso as pronuncias
quando não estás comigo
e quando tu adormeces
muda num sonho fundo
tudo se desvanece
e deixa de haver mundo.
Bernardo Pinto de Almeida