quarta-feira, maio 16, 2007

Concurso «À descoberta do livro»



E as meninas continuam a ser mais persistentes, por isso temos novamente duas grandes vencedoras…

Ângela Monteiro, 7º B
Patrícia Pereira, 6º A


O “livro-mistério” de Maio é…






Ana Maria Magalhães
Isabel Alçada



Este livro fala-nos de Alexandre, um jovem que estava farto da escola, farto da família, farto da rapariga que o persegue e de quem não gosta, farto da paixão pela rapariga de quem gosta e que não gosta dele, farto de si próprio.Uma noite, nas Docas, encontra um rapaz muito parecido com ele que lhe diz andar embarcado ao serviço de um milionário e estar farto do patrão, das viagens constantes e de ver só mar dias seguidos. Resolvem então trocar de identidades por um mês e partem para a grande aventura de ser outro.

quinta-feira, maio 10, 2007

Semana das línguas III






Et vive la France!



Hoje mergulhámos na cultura francesa através da gastronomia (com queijo a abrir e mousse de sobremesa, nham, nham!) e da música, numa alegre festa dos sentidos. E não esquecemos que a língua francesa foi sempre uma língua da grande literatura. Por isso lembramos hoje o livro francês mais conhecido no mundo inteiro, que apaixona e emociona milhões de leitores de todas as idades.


Le Petit Prince, em português O Principezinho, é um romance de Antoine de Saint-Exupéry, publicado em 1943 nos Estados Unidos. A princípio, aparentando ser um livro para crianças, tem um grande teor poético e filosófico. É o livro francês mais vendido no mundo, cerca de 80 milhões de exemplares, e entre 400 a 500 edições. Também se trata da segunda obra literária (sendo a primeira a Bíblia) mais traduzida no mundo, tendo sido publicado em 160 línguas ou dialetos.


Fica aqui um excerto para vos abrir o apetite. Traduzido...


E foi então que apareceu a raposa:
- Boa dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.


quarta-feira, maio 09, 2007

Semana das línguas II



Sim, é verdade, festejámos hoje o dia da língua inglesa na nossa escola. Com scones e muito, muito chá (!) ao lanche. Pois claro, tradição é tradição!



O inglês é uma língua que marca o nosso quotidiano, a cultura popular da sociedade contemporânea. Basta pensar na música, por exemplo. Todos nós ouvimos muita, muita música em inglês. E gostamos, sem dúvida. E por que não experimentar agora um clássico da literatura inglesa, um daqueles livros que são eternos? Pois sim, vamos a isso!
Alice's Adventures in Wonderland (no original, apesar de muitas vezes ser chamado de "Alice in Wonderland") é o livro mais famoso de Lewis Carroll, que conta o sonho de uma menina. Como em todos os sonhos, nesse também são quebradas muitas das regras que regem o mundo real, e essas quebras vão sendo analisadas pela própria personagem principal, num jogo muito curioso e interessante.

Deixo-vos um excerto para despertar, espero, a vontade de o lerem todo:

Alice estava a começar a ficar farta de estar sentada ao lado da irmã na margem do rio e de não ter nada para fazer: já tinha dado uma olhadela, uma vez por outra, ao livro que a irmã estava a ler, mas este não tinha ilustrações nem diálogos, «E para que serve um livro», pensou ela, «se não tem bonecos nem diálogos?»

Por isso ela estava a tentar decidir, da melhor forma que podia (pois o calor fazia-a sentir muito ensonada e estúpida), se o prazer de fazer uma coroa de margaridas valia a maçada de se levantar e de ir apanhá-las, quando, de repente, um Coelho Branco com olhos cor-de-rosa apareceu a correr ao lado dela.

Não havia nada de muito extraordinário nisso, nem sequer Alice pensou que fosse assim tão estranho ouvir o Coelho dizer para consigo: «Meu Deus, meu Deus! Vou chegar atrasadíssimo! (só mais tarde, ao pensar nisso, é que se lembrou de que devia ter estranhado o que vira, pois, na altura, tudo lhe pareceu muito natural); mas, quando o Coelho tiirou mesmo o relógio da algibeira do colete, viu as horas e continuou o seu caminho todo apressado, então é que Alcice se pôs de pé num salto, pois de repente passou-lhe pela cabeça a ideia de que nunca tinha visto um Coelho de colete, com um relógio na algibeira. A arder de curiosidade, pôs-se a correr pelo campo fora atrás dele e, felizmente, foi mesmo a tempo de o ver esgueirar-se para dentro de uma grande toca que havia debaixo dos arbustos.


terça-feira, maio 08, 2007

Semana das línguas I



"A minha pátria é a língua portuguesa"

Fernando Pessoa

E porque a nossa pátria é a língua portuguesa, hoje vamos celebrar a língua, o seu encontro com as artes, a literatura, a música, a pintura…, enfim, a cultura que faz aquilo que somos e com que nos projectamos no mundo. Por isso lembramos os nossos escritores, a poesia que se transforma em música, o cinema que fala português.
Mas também viajamos pelo mundo lusófono, que nasceu do encontro da língua portuguesa com outros povos e culturas, através dos livros e da música nessa língua que é a mesma ainda que diferente nos cambiantes brasileiros ou africanos.
E não esquecemos, é claro, a gastronomia, esse outro veículo de cultura. A ementa inclui os nossos tradicionais milhos e o doce leite-creme .
Bem-vindos ao dia da Língua Portuguesa!

Departamento Curricular de Línguas

As palavras são coisas # 2


Se a tua boca as diz
se no teu rosto as vejo
as palavras são coisas
quando as fere o desejo

e quando dizes mar
e quando dizes norte
não sei se não me acerco
de um bocado de morte

e quando dizes barco
ou quando dizes esfera
há águas que transbordam
e inundam a terra

as palavras são coisas
as palavras são um perigo
se acaso as pronuncias
quando não estás comigo

e quando tu adormeces
muda num sonho fundo
tudo se desvanece
e deixa de haver mundo.

Bernardo Pinto de Almeida