segunda-feira, outubro 01, 2007

O Bairro II

Eu, o bairro, um senhor: história de um encontro


Rachel Caiano

Num dia de sol muito nublado, resolvi visitar O Bairro para conhecer o Senhor… já não me lembro do nome… Mas depois eu digo quando me lembrar.
Percorri O Bairro inteiro à procura do Senhor Que Não me Lembra o Nome. As horas passavam e não o encontrava, até que conheci o Senhor Juarroz, que por acaso era o Senhor que eu procurava.
O Senhor Juarroz convidou-me então para ir a casa dele e eu aceitei, apesar de já ser tarde e eu ter que ir dormir, porque no dia seguinte ia viajar outra vez.
A casa era… era… vazia! Foi então que perguntei ao Senhor… Senhor Que Já Me Esqueci o Nome Outra Vez, por que razão a casa dele estava vazia e ele respondeu-me que precisava de espaço para pensar como havia de saltar. Depois convidou-me a ficar em sua casa naquela noite e eu aceitei.
Era tarde e fui-me deitar, então, no quarto de hóspedes, mas não era bem um quarto, era um vazio. Não sabia bem em que lado do vazio me havia de deitar, mas por fim lá me encontrei um nada onde encostar a cabeça e adormeci.
De manhã, encontrei o Senhor Juarroz (ao acordar lembrei-me outra vez do nome) a dar saltos na sala. Saí imediatamente para que ele ficasse com mais vazio para onde saltar.

Regressei ao meu mundo com vontade de voltar ao Bairro.

Daniel Borges, nº 5


Rachel Caiano


Há muito tempo que estava curiosa para visitar o bairro onde o Senhor Kraus vivia, pois tínhamos trocado correspondência.
Num dia com um sol radiante, consegui entrar, a muito custo, no bairro, pois havia um enorme engarrafamento. Quando cheguei fui procurá-lo e encontrei-o a escrever as suas crónicas para enviar para o jornal.
Chamei, chamei e só passada uma hora é que deu conta que eu estava ali. Cumprimentou-me e pediu-me mil desculpas. Em seguida, fomos conhecer o bairro e os vizinhos: apresentou-me o Senhor Calvino, o Senhor Henri, o Senhor Juarroz, o Senhor Brecht e o Senhor Valéry.
Chegámos cansados de percorrer todo o bairro a pé, já que nenhum carro conseguia circular. O Senhor Kraus explicou-me que o engarrafamento era causado pelo facto de todos estarem a tentar ir para a sala de espectáculos do Srenhor Brecht. As pessoas acorriam em massa para ouvir as suas histórias.
Depois falou-me do que estava a escrever: as crónicas sobre a arrogância das pessoas que tinham poder, o que pensavam quando as eleições estavam próximas, as fraudes que aconteciam durante as eleições, a manipulação das sondagens…
O Senhor Kraus é muito realista, mas eu gosto que as pessoas sejam assim. Ainda escrevemos um artigo juntos, só que, por infelicidade, tive que me vir embora.
Adorei o meu dia no bairro, na companhia do Senhor Kraus, e prometi voltar lá em breve.

Liliana Almeida, nº 11

1 comentário:

Anónimo disse...

acho que o texto do daniel nº5 do 9ºa é muito bem estruturado, e tem uma imaginação muito boa