sábado, fevereiro 23, 2008

O sentido: um tesouro que é preciso descobrir

Sigismundo, saindo do seu torpor, perguntou-lhe se conhecia o caminho das nascentes do Nilo. O soldado apontou dois montes longínquos onde cresciam longas ervas louras e disse:
- Podereis escalar aquelas pirâmides sem o risco de pertirdes o pescoço.
Percebi que teríamos de andar sobre as nuvens. Imediatamente nos entregámos à tarefa de construir um balão.»
Júdice, Nuno, O Tesouro da Rainha de Sabá, Lisboa, Edições Rolim, 1984


O Tesouro da Rainha de Sabá foi lido pelo Brandon, que achou a narrativa interessante mas um pouco confusa. O que até é natural porque esta é uma história pós-moderna bem estranha. Nem por isso ele deixou de sorrir, apesar da perplexidade... Às vezes temos de procurar bem o tesouro escondido que é o sentido das palavras e dos textos, ou então descobrirmos que não fazer sentido é o sentido profundo das histórias...

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Olhar Ler+


Neste momento, o Leitor+ das turmas do 8º e do 9º é Guilherme Machado, com cinco fichas de leitura apresentadas (e outras leituras a caminho...):


As Aventuras de Tom Sawyer, de Mark Twain, edição do Público, um livro que descreve aventuras que qualquer jovem gostaria de viver.




O Megamax ao Ataque, de Nuno Magalhães Guedes, uma obra da colecção «Objectivo Golo» da editora Verbo. Nesta aventura o JP e os seus amigos fundam o seu clube "Megamax Futebol Clube" e fazem a escolha definitiva do seu equipamento. Um amigo do seu avô Fernando, Pezão, que foi um grande jogador internacional, ajudou-os encontrando uma pessoa para os treinar. Era uma rapariga que andava na faculdade a tirar Educação Física...

Harry Potter e a Pedra Filosofal, de J. Q. Rowling, da Editorial Presença, o primeiro da saga de Harry Potter, em que esta personagem descobre os seus poderes e vai para a escola de feitiçaria, onde tinha disciplinas como Defesa contra a Magia Negra, Transfigurações, Herbalogia... Este livro entusiasmou-me muito devido às suas aventuras, segredos e feitiçarias.


Harry Potter e a Câmara dos Segredos, de J. Q. Rowling, da editorial Presença, segundo livro da saga, em que Harry volta a Hogwarts para o seu segundo ano na escola de Magia e Feitiçaria. Harry continua as suas aventuras com os seus dois inseparáveis amigos: Ron e Hermione. Esta obra ainda é melhor do que a primeira, pois tem mais mistério e acção.


Ricardo, o Radical, de Maria Tereza Maia Gonzalez, editado pela Difel, conta a história de um rapaz, Ricardo,
que adora tudo o que é o desporto radical. A sua grande paixão era andar de moto a grandes velocidades, não gostava de estudar, faltava às aulas para ir ao centro comercial, gostava de namorar com muitas raparigas ao mesmo tempo. Mas um dia teve um acidente que mudou toatalmente a sua vida... E acaba por reconhecer: «A verdade é que eu não era nada de especial.».
Gostei muito de ler este livro e dele podemos tirar uma lição: não devemos ter a mania que sabemos tudo e que devemos ouvir os pais.
Guilherme Machado

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Os livros Ler+


Agora as nossas aulas têm mais histórias para contar, pois os 12 conjuntos de livros, adquiridos com a verba do Plano Nacional de Leitura, alargam os nossos horizontes de leitura e permitem-nos uma partilha simultânea da experiência de manuseamento do objecto livro. Ainda falta reforçar o fundo bibliográfico do 3º ciclo, mas lá iremos...

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Toda a verdade do nosso amor por cães e gatos


«Colhido de surpresa, ora olhava os amigos, ora aquela maravilha que me cabia na mão, com terror e fascinação ao mesmo tempo, pois a partir de então a minha liberdade parecia ameaçada. A minúscula criatura fixava-me com olhos de cobre esfregado de fresco, redondos, imensos, e perante aquele olhar sentia-me à sua mercê — fomos então tratar da instalação. Os amigos haviam previsto tudo: cama, tabuleiro, areias, pratos, alimentos, tudo tinham trazido. Colocámos a cama e as areias no quarto de banho, pratos e tigela foram para a cozinha. Acertámos no nome, e como era do tamanho de uma avelã, e janeiro ia muito frio, acabei por levá-lo para o quarto: primeiro para junto do calorífero, depois para a cabeceira da cama, onde se habituou a dormir, às vezes a minha mão por travesseiro. E fui-o vendo crescer, na certeza de que ao meu lado crescia um exemplar perfeito da sua raça: cabeça robusta, orelhas delicadas, narinas rosadas, pêlo espesso e sedoso; mais exuberante no pescoço e na cauda — era um príncipe oriental que dividia comigo os seus dias, sem coroa e sem mundo para governar, mas de uma beleza que se fosse humana seria insuportável.»
Eugénio de Andrade, excerto de «Cântico», in Rente ao Dizer

O amor é um sentimento que compreende muitas formas de afecto, por isso, no dia de S. Valentim, os alunos do 8º A e do 8º B ouviram a professora ler «Cântico», um belíssimo texto de Eugénio de Andrade sobre o seu gato persa, Micky. Depois foi-lhes proposto que escrevessem eles próprios um texto sobre o seu animal doméstico. Eis o que alguns deles disseram sobre os "seus amores":

Quando recebi o meu gato tratei-o bem:
dava-lhe de comer e banho
ao seu pêlo castanho.

Não confundo o meu gato com qualquer um,
se este morresse não queria mais nenhum.

Ele é tão esperto
que não sai daqui de perto
É rico e fofinho;
se fica sozinho, ai, coitadinho!
José Carlos, 8º A

O meu gato é amarelo e branco, gordo, peludo e fofinho.
É muito amoroso, gosta de dormir deitado no meu braço e põe-me a pata da frente na cara até adormecer. De manhã, quando o meu despertador toca para eu acordar para vir para a escola, ele acorda e agarra-se a mim a lamber-me e põe-se a brincar comigo. À noite, logo que chego a casa, ele agarra-se às minhas pernas e eu já sei o que ele quer: é para pegar nele e fazer-lhe festas.
Eu amo e adoro o meu gato.
Lília, 8º A

Eu tenho um cão chamado Fredy, que me foi oferecido pelos meus pais num tempo em que eu andava muito triste.
Ele tem uma pelagem muito fofinha, preta e branca. Desde o primeiro dia em que o vi é muito brincalhão e gosta de conhecer as pessoas. Nem sempre as recebe da melhor forma, mas depois adora brincar com elas. Gosta de brincar na terra e odeia tomar banho. Quando chego da escola, fica muito contente e vem a correr esperar-me.
Adoro o meu cão, não sou nada sem ele.
Tânia, 8º B

Era lindo, parecia uma bola de pêlo branca, pequenino, redondinho. Era maravilhoso.
Quando chegou, parecia que tinha passado por um furacão e vinha cheio de fome, pois foi encontrado na rua. Tinha apenas 15 dias, era mesmo bébé, por isso lhe chamámos Baby.
Um dia, quando cheguei a casa, o Baby estava na caixa de areia muito triste, não comia, nem sequer se mexia. Levámo-lo ao veterinário, que lhe diagnosticou um tumor no pescoço. Passado algum tempo, ele morreu porque já não foi possível fazer nada para o ajudar.
Era o gato mais belo que alguma vez terei visto.
Cristina, 8º B

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

O amor é lindo...

O Beijo, João Paulo Redondo

Apesar de todas as cartas de amor serem ridículas, muitos foram os que quiseram escrever cartas de amor neste dia de S. Valentim, porque, afinal, «Só as criaturas que nunca escreveram / Cartas de amor / É que são / Ridículas.» (F. Pessoa).

É tudo quanto sinto, um olhar teu,
um sorriso, um momento de ternura.
E é tudo naquele instante que suspende
aquela lágrima que não cai.
Luís Faria, 8º A

Nasceu um sentimento que cresce em mim;
passo horas, dias e noites sempre a pensar em ti.
És o meu sonho, és tudo para mim,
és o sentimento mais perfeito que alguma vez senti.
Márcia Carvalho, 8º B


Mariana e Chamilly

Quando partires
se partires
terei saudades
e quando ficares
se ficares
terei saudades

Terei
sempre saudades
e gosto assim

Adília Lopes, in Caderno

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Cartas de amor...

in planeta.ip.pt
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,

Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Fernando Pessoa

terça-feira, fevereiro 05, 2008

Os meninos que não gostam de ler...

Este livro, O Menino Que não Gostava de Ler, de Susanna Tamaro e editado pela Editorial Presença, fala de um menino que, no dia em que fez oito anos, teve a prenda que mais detestava: um livro. Todos os anosos pais lhe ofereciam livros e insistiam para que lesse, mas ler para ele era um pesadelo, as letras misturavam-se umas com as outras e nada fazia sentido.
Leopoldo, o menino que não gostava de ler, farto de ser incompreendido pelos pais, decidiu fugir de casa. É então que, quando andava perdido, conhece alguém muito especial, um homem, aparentemente cego, que descobre qual é o problema de Leopoldo com os livros: a falta de visão... E resolvido este problema oftalmológico, o menino pôde mergulhar nas histórias fantásticas dos livros.
Esta obra retrata o facto de os jovens de hoje em dia não gostarem de ler. Mas diz como ultrapassar este problema e demonstra que existem muitas histórias interessantes para ler.
André Morais, 9º A

Parece-me ter muitos meninos que não gostam de ler no 9º A, a calcular pelo incumprimento dos contratos de leitura. Caso para dizer: se puderem ver, leiam. Ler com os olhos, com a imaginação, com a emoção. Não deixem que a "cegueira" vos impeça de aceder ao mundo extraordinário dos livros. Continuo pacientemente à espera que os vossos olhos se abram....


segunda-feira, fevereiro 04, 2008

A banda "com" futuro


Este livro, editado pela Âmbar, é de Marilar Aleixandre, nascida em Madrid mas residente na Galiza. Professora de Didáctica das Ciências na Universidade de Santiago de Compostela, desenvolve também uma actividade regular como escritora, tendo já publicado vários livros para o público infanto-juvenil, assim como outras obras que se distribuem por diferentes géneros literários, entre os quais romance, teatro, ensaio e guiões para BD.

Quem leu:

Maria de Fátima Mendes, 8º A

Ana Teresa Machado, 8º B


O que disseram sobre o livro:
Este livro conta-nos a história de uma adolescente que teve de rapar o cabelo por causa de uma doença. Para piorar a situação, os seus pais mudaram de cidade, obrigando-a a mudar de escola. Ela tinha medo do que iria acontecer e sentia-se muito sozinha, por isso "fala" com Posh, o vocalista do grupo de rock Derribos Arias, que, embora já tivesse morrido, funcionava para Carlota como um amigo e confidente.
A Fátima resume, e bem, toda a história, mas não queremos desvendar tudo o que acontece a Carlota; sendo assim, ficamos só com a frase que mais impressionou a Ana Teresa: "Eu sou é da banda sem futuro.". Ambas acharam o livro interessante, porque retrata o dia-a-dia dos adolescentes e também por mostrar como é difícil ser diferente dos outros.

Quem está a ler:
Cristina Magalhães, 8º B

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Vós me veniredes a la mano

E para fechar a semana da visita de estudo ao teatro, ficam aqui as imagens do antes, da alegria de, simplesmente, estarmos juntos, cruzar conversas, descobrir um espaço, antecipar expectativas, entrar na sala de espectáculos. E depois o riso, pelo meio o sono (não acredito, Daniel!), no final as palmas. E agora o texto, meninos...
«Diabo - Entrai.
Parvo - De pulo ou de voo?...»
(Gil Vicente, Auto da Barca do Inferno)
Entrem como quiseram na barca das palavras, até porque eu não sou o Diabo... Mas entrem, sim?